domingo, 20 de julho de 2008

Dois entram. Quantos jogam?

Faça apenas um breve deja vu em suas lembranças, sejam elas recentes ou não. Estou na casa dos 20, e acompanho o futebol faz pouco, sou da geração que começou a dizer que seria jogador quando crescesse depois que vi o Romário, saltando mais alto que zagueiros que pareciam ter o dobro de sua altura, do "sai que é tua Taffarel" e do Baggio chutando pra fora no Acabou! Acabou!..., e por aí vai. Mas... embora com pouco tempo de acompanhamento, o tesão por isso já não é a metade de quando Dunga levantou a taça. Quando comecei a olhar o futebol, a única coisa que eu imaginava eram dois times, para um eu torço, para outro não. E assim era bom, poderia ser qualquer jogo, ora torcia para um que simpatizava, ora para o mais fraco, ora para o que demonstrasse mais empenho. Simples assim: um jogo.
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O problema foi depois. Comecei a notar um terceiro elemento, além dos dois grupos de jogadores na peleja, havia um senhor, geralmente num traje preto (sem preconceitos, hoje também temos mulheres nesta função), depois vi que esse indivíduo estava sempre acompanhado também de seus "comparsas". Engraçado, mas se conheces alguém, que quando notou pela primeira vez este elemento no gramado não foi para xingar sua mãe, me apresente. Não, o assunto aqui não é o árbitro, não apenas o árbitro, já que minha frustração não acabou aí. Depois comecei a associar alguns nomes e atitudes, com uma terminologia que me pareciam patentes, dependendo das tais atitudes e do grau de complexidade delas: tal como técnico, assistente técnico, vice de futebol (juro, esse demorei para entender, e hoje ainda acho o termo mal empregado), e o temido presidente. Claro, há outros, mas aí falaríamos apenas de hierarquia. Isso para citar apenas dentro de um clube, quando saímos dele a coisa toma um rumo muito mais complexo, e também muito deprimente para quem olha toda a coisa podre de uma maneira diferente, e se torna num ex-apreciador de futebol.
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Sou torcedor do Internacional, mas embora adore ganhar um Grenal, sou antes de colorado um Gaúcho. Vibrei muito, acreditem, quando o Juventude calou aquele Parque Antártica lotado de "ouro e leite fresco"; também foi música para os meus ouvidos o silêncio do Kleber Machado e do "Jonas Greb" quando o Tricolor Gaúcho calou o Morumbi e a Vila Belmiro. Seria desnecessário então falar do "(...)Rasga a camisa do São Paulo, piiiiiisa nela(...)", e por aí vai. Mas infelizmente não é assim. Vibramos, comemoramos, rimos e nos descabelamos, enfim, torcemos incondicionalmente. Para nada? Será mesmo?
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Ora, dois times entram em campo, mas muito antes do início da temporada, muitos outros já entraram. Enquanto os torcedores estão vindo com suas bandeiras e caras pintadas, os empresários, os verdadeiros "donos do campinho", já estão voltando com os Euros em suas cuecas. Naquele minuto de silêncio tradicional antes do início de cada jogo, antes do Sr. Juiz apitar o começo da encenação, o torcedor antes de conferir a escalação, deve torcer contra outros adversários, muito mais bem treinados, com um sistema tático infalível, com uma defesa impenetrável, e centroavantes realmente matadores.
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Mas, se estamos cansados de saber que temos que torcer para que a CBF não diga qual o campeão antes do início do campeonato; que o STJD faça realmente o trabalho dele, e não fique fazendo o trabalho dele apenas em alguns casos "imparcialmente" escolhidos a dedo; que os nossos "vices de futebol" não escalem pernas de pau de maneira grosseira sei lá por que, ao invés de um gurí que está comendo grama nas categorias de base; que alguns senhores e senhoras dos meios de comunicação comecem a ser imparciais em seus comentários maldosos e tendenciosos; e mais uma centena de outras coisas podres no qual o esporte mais popular do país se tornou. Então, porque ainda torcemos? Se o vencedor já existe independente dos esforços que os nossos escolhidos tenham?
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Vimos claramente como foi o título que deram de Natal ao Corinthians em 2005; assim como foi o Vasco em 1974; com o Palmeiras em 1982; o rebaixamento absurdo do Brasil de Pelotas em 1986 por ter ganho do Flamengo; o Fluminense de 96 cai sei lá quantas vezes para 2º e 3º e os "timecos grandes" juntamente com a "toda poderosa" ficam ressuscitando-o por ser um clube histórico; o rebaixamento do Botafogo em 99, e o jeitinho todo brasileiro que deram para ele disputar a séria A 2000 (inclusive só foi nesse momento que conseguiram trazer o Fluminense de volta)...
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Bhá, só escrevendo já me da um baita sentimento de burrice. Afinal, eu olho tudo isso, não faço nada. Pior de tudo, meus times do coração não fazem nada também, o que me leva a pensar que para eles está ótimo assim. Então, o meu time, assim como o time dos meus amigos, familiares, namorada, e inclusive o teu time, estão nos enganado, pois também estão ricos, muito ricos. Gostaria muito de continuar torcendo, vibrando, corneteando, mas enquanto dois times entrarem em campo, e eu tiver que torcer contra tantos outros ao mesmo tempo, 11 jogadores apenas me deixam com uma enorme desvantagem. Não, e eu não caio mais nesta.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Gaúchos e braZileiros. part 2

segue texto de Chico Lang, na gazeta. São Paulo...
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" Técnicos gaúchos formam bando de fracassados
O fracasso do Fluminense na Libertadores (perdeu o título nos pênaltis para a fraquinha LDU, do Equador) levanta de novo a poeira sobre a performance dos treinadores gaúchos. Renato, considerado um revolucionário, malogrou como os conservadores. Isto é, Felipão afundou na Eurocopa com Portugal. Mano Menezes levou uma trauletada na Copa do Brasil pelo Corinthians. Quer dizer, os caras tem 'complexo de Moisés': indicam o caminho, mas nunca chegam à terra prometida.Todos parecem sofrer do mesmo mal: prepotência e arrogância. Não têm aquela simplicidade exigida para os vencedores, a humildade na glória, no caso deles a 'quase glória'. A esperança de alguma mudança ainda é Tite. Esse, aliás, tido como uma paizão, o tipo do treinador amigo, por isso mesmo vítima dos boleiros mais folgados. A pergunta é jornalística: o mineiro Telê Santana perderia o título para a LDU? O carioca Vanderlei Luxemburgo, se estivesse no Timão, deixaria o Sport levar a melhor? E o também carioca Abel Braga, campeão do Mundo pelo Inter Gaúcho? O paulista Muricy Ramalho marcaria tanta touca? Só para lembrar o atual treinador da seleção brasileira é o incomum Dunga, por sinal, gaúcho também. E assim caminha a mediocridade..."
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Não sei o que acharam, mas no post anterior, segue a resposta que enviei para o seu e-mail, no bolasolta@gazetaesportiva.com.br

Gaúchos e braZileiros

(continua no próximo post...)

Quando pensei em te escrever acreditava que escreveria um baita texto. No entanto, quando comecei pensei que seria melhor um bem menor, de acordo com a capacidade que demostraste escrevendo, achei melhor não falar nada muito prolongado, prolixo, e sim um com significado mastigado, pois se eu tivesse no texto meia palavra do que eu realmente penso a teu respeito, e de muitos colunistas deste que tu chama de braZil, abandonarias a leitura na segunda linha, se já não o fizestes.
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Técnicos gaúchos, pesquise algo a respeito, é uma dica, fica feio, sair dizendo o que vem na cabeça sem ao menos uma pesquisa, um profissional da área deve se dar ao luxo de, ao menos quando for aos pés, ler algo. Sobre história, por exemplo, para que não saia em público vomitando bobagens como dois bêbados em um boteco qualquer discutindo o último fla-flu. Mostrastes não entender nada de futebol, nada de história do futebol.
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O Flu chegou em um lugar onde jamais esteve em cento e tantos anos de sua história (mas pra ti isso deve ser mérito da direção). Mano pegou o seu Timinho naquele estado, chegou a uma final de copa do braZil (mas deve ser méritos da grande direção, que a única coisa que conseguiu fazer além de comprar o título de 2005 foi afundar um time que não é time, é o projeto de uma torcida doentia). Felipão também deve ser um péssimo técnico (qual o último título mundial do teu país?), o Ronaldo agradece até hoje em público o fato de ter dado a volta por cima com a ajuda de um certo gaúcho. Falando em Ronaldo, o Cristiando Ronaldo, também disse que seu futebol chegou ao nível que chegou (objetivo, e não um "pedalador" sem sentido como vocês aí de cima adoram) graças ao gaúcho em questão, que também é tido como ídolo naquele país, pois o transformou em favorito nas competições, coisa que não acontecia. Qual técnico possui o único título brasileiro de forma invicta, tu sabes? Pelo jeito não.
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Ler faz bem caro escritor brasileiro. Sei que modelo pra ti é Luxemburgo, aquele que afundou o Palmeiras, a Seleção Brasileira, o Santos, o Corinthians, o "Real Madrid" (esse se ergueu novamente apenas na temporada passada), e agora afundará o Palmeiras novamente. A propósito, esse técnico foi humilhado ano passado por um certo técnico Mano Menezes, na Libertadores, também eliminou o "seu" Muricy na mesma competição. Esqueceu a Copa de 2002 com Felipão, ou os títulos da América e do mundo do Flamengo de Carpegiane, ou do Grêmio de Espinoza e Felipão, o título da América do Palmeiras com o mesmo Felipão, os títulos nacionais de Ênio Andrade, Felipão, Tite, Valmir Louruz, o próprio Renato com o Fluminense e Cláudio Duarte.
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Esqueceu de muita coisa. Esqueceu das duas Copas que Telê perdeu. Ignorou que Luxemburgo perdeu para o Sport antes do Mano Menezes, o mesmo acontecendo com Abel Braga. Fostes muito infeliz, apaixonado pela tua própria teoria esqueceu dos fatos. Mas esqueci, acho que não lestes até o fim. Assim, da próxima vez que escreveres, provarás de novo que não lestes nem ao ires aos pés, mas que sempre sai do banheiro com o texto pronto, e os dedos sujos.

início...

Este obviamente é o primeiro. Não sei se haverá outros, pretendo, mas não é sempre presente a vontade de se escrever o que se pensa. De qualquer forma, sempre que este "santo baixar", e alguém com saco aparecer, terá um pouco de... quer dizer... terá cada vez mais, de cada vez menos. Ou não também.