sábado, 9 de agosto de 2008

Técnicas Retrospectivas

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Nesse tirei 6. Não concordei, não concordo, nem concordarei.
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Mestres e Medíocres

Alguns me pediram, então aqui vai o texto sobre a "diplomação". de 2007.
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Quando me dei conta de que era alguém, o famoso "desde que me conheço por gente", decidi que tudo o que eu queria da minha vida era ser um veterinário. Fiquei com essa idéia até dezembro de 2002, quando vi o que era a arquitetura. Quando digo que vi a arquitetura, eu quero dizer ver, e não olhar, se não sabes o sentido cognitivo disto, desista de ler, pois não poderá entender.
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Eu me apaixonei pela arte, a arquitetura te possibilita dar uma de Deus, e criar. Todo ser vivo sonha com este poder, criar é a ponte que nos separa das demais espécies, nossa criatividade, curiosidade, e principalmente nossa maldade são as causas da atual situação da nossa espécie e do planeta que ocupamos. Sou convencido, muito convencido, e embora muitas vezes acomodado, sempre tive a certeza que faria parte de algo grande, muito grande, notável. Sempre que pensava no meu futuro, principalmente como arquiteto, sonhava... melhor... mirava algo notável mundialmente. Gaúchismo a parte, acredito que todos que querem se tornar um arquiteto pensam o mesmo, ao menos os que não são completos imbecis.
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Porém, depois do último dia sete (07/12/2007), comecei a me apavorar, estou com medo de ser mais um desses merdas que sempre critiquei. Neste dia, pude ver o que até agora haviam escondido de mim: arquitetura não é criação, e sim transpiração, bem mais transpiração, que decepcionante. Como pude ser tão burro e ingênuo.
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Sempre acreditei que a nota era algo desprezível. Quando estava na 3º série ganhei um 4,5 por teimar com a professora que o que ela estava pronunciando em inglês era "puta", e não "praia", e ainda só não fui suspenso pela direção porque notaram que eu estava achando ótimo ficar três dias sem ir na escola. Quando cheguei na universidade, lá no 3º ou 4º semestre ganhei um 5,8, notando que o meu trabalho estava superior a alguns "8 e 9", questionei "meu" mero mentor, a explicação era minha falta de controle no uso de algumas palavras de "calão" questionável, que, acredito, deixavam este ser iluminado frustrado, talvez pelo sentido delas.
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É uma pena, que não há lugar para a arte na arquitetura, e acredite, não há. Sempre achamos que na universidade podemos fazer e acontecer, e que depois, na vida pós universidade, é que a coisa complica, e muitas vezes é preciso ser mais modesto com sua criatividade, pois as pessoas para quem você trabalhará não estarão preparadas, seja financeiramente ou culturalmente. Não é bem assim. Dentro da universidade também há esta poda, inexplicável na opinião desta medíocre mente que vos fala. Inexplicável pois os "clientes" na universidade possuem uma grande flexibilidade "virtual" financeira, e mais inexplicável ainda é que lá, é que a escassez cultural deveria ser o menor problema.
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Quando algo é "inicialmente" inexplicável, abre-se uma grande variável de explicações, absurdas ou não, daí, cada ser, julgando e analisando só, vê de uma perspectiva diferente o fato. Para os que fizeram o "inexplicável", fodam-se, pois deixaram a lacuna para o ser que ficou perplexo pensar nas mais absurdas possibilidades.
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Não quero acreditar na escassez cultural dos clientes na universidade, pois, por hora, não parece ser o problema, mas apenas por hora. Inevitável minha primeira impressão sobre o tema, sem nenhum cunho emocional, algo que transparece de imediato para todos que viram, ouviram, e principalmente, "sentiram" o ambiente no dia sete, é a frustração. Exatamente, malogro é a primeira, e até o momento a mais convincente das explicações possíveis para a completa falta de noção e sensibilidade cultural que foi dada.
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Sempre acreditei, e nisso ainda acredito, que o mestre, o verdadeiro mestre, faz do aluno um mestre, faz deste aluno, sua grande obra prima, o motivo de orgulho, a razão de ser mestre, ou não passa de um mero mentor. Quando o mestre cobiça o saber do aprendiz, ao invés de admirar sua grande obra prima, fica clara a incapacidade de ser o mestre, neste caso, não chega a ser um mero mentor, passa a ser um medíocre.
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Para os interessados, não se preocupem, não quero ver ninguém frustrado no final do ano que vem, ou talvez no meio de 2009, limitarei minha criatividade o bastante para que não haja tanta transpiração da minha parte, e principalmente frustração no ambiente em que eu passarei, e passarei, de aluno para mestre!
jaime maggi fernandes.