segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Gre-Nal

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Acredito que, desde que acompanho o futebol, pouco mais de 15 anos, jamais torci contra o principal rival do time que escolhi desde criança, ao contrário. Sou colorado, e, sempre que externo meu desejo em ver o Grêmio ganhar, sou criticado por torcedores do Inter, e! chamado de mentiroso por gremistas. Há uma questão bem simples, embora, de complexidade que muitos não entenderão, que! de início, é primária para entender como tenho o Grêmio, como segundo time do coração: Eu sou Gaúcho. Sou muito mais Gaúcho do que colorado. Amo a Terra onde nasci, me emociono com Ela, vibro e cerro os dentes para declarar meu amor pela minha pátria, o meu Rio Grande do Sul.
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Então, vejamos motivos pelo qual eu deveria desejar ver o Tricolor Gaúcho desmoronando.
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Eu deveria odiar o Grêmio, pois é um Gaúcho que vem do Rio Grande do Sul, representa essa Terra, e, mais, é da Capital. E o Inter?
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Eu deveria odiar o Grêmio, pois tem a alma e a garra portenha. Cerra os dentes para enfrentar seus adversários, como quem diz que não está em campo para praticar um jogo, está em campo para ser um patriota. Leva a campo seu jeito galdério. Que, na peleja, defende um ideal, e não um interesse político/econômico. E o Inter? Não é igual?
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Eu deveria mesmo, já que seus torcedores, antes de cada peleja, cantam, como quem está chorando sua mais gloriosa vitória, o hino Rio Grandense, de maneira sem igual na Terra. Todos os presentes no estádio, aos berros! para que "Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda Terra", abafando qualquer outro som emitido dentro da arena, arrepiante apenas de pensar. Diferente da torcida colorada?
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Eu deveria torcer contra o Grêmio, pois é Campeão Brasileiro, fez o país, que lhe odeia! ajoelhar-se diante seus pés, não só uma vez. Também fez com que a América o visse, respeitasse, e depois o Mundo inteiro lhe disse: és o melhor. E? o Inter não?
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Deveria secar o Grêmio, pois teve vestindo sua camisa grandes ídolos campeões, como Manga, Mário Sérgio, Mauro Galvão, Christian, Tinga, Gavilán, e tantos outros, que, certamente jamais vestiriam a camisa colorada. Não é mesmo? Jogadores que, ainda hoje, quando vestem a camisa, mesmo quando vindos de fora, mudam, falam de maneira diferente, vibram diferente de punhos e dentes cerrados como um orelhano "sustentando um ideal, sem sentir a marca quente, nem o peso do buçal".
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Deveria mesmo, pois está sempre lutando contra o poder político dos times do centro desse país que odeia o Rio Grande do Sul. Pelejando sempre, dentro de campo, não só contra os 11 adversários, mas também contra os juizes, contra a entidade que organiza as competições, contra os meios de comunicação poderosos do país, que! as custas de patrocínios milionários, manipulam os resultados, roubam descaradamente através de órgãos legais paralelos de extrema parcialidade e aramados eternos. E? Nada?
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Eu deveria odiar mesmo o Grêmio. Mas não vou, pois, o Grêmio é azul, e! assim como o vermelho, eu adoro o azul.
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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

sábado, 3 de outubro de 2009

Rio, de Janeiro a 2016

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O Rio de Janeiro é uma das cidades mais perigosas do mundo. Das famosas do mundo, é a mais.
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No Brasil, a política do oba-oba sempre se sobrepôs ao coerente. No Brasil, pode-se fazer quase tudo, e também mais um pouco. Cada um faz, de errado, algo proporcional ao seu "posto social" e seu grau de crueldade. Senadores usam 33,8 milhões no ano, enquanto eu fazia, um "gato" no orelhão de Criciúma para ligar para casa no período em que estive longe da minha terra.
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É interessante como se pode achar mil desculpas que não passam de persuasão íntima sem menor critério teórico, para uma pseudo auto - misericórdia mental. A consciência é tão ridícula, que, eu posso fazer, tu não, pois eu tenho motivos que consigo burlar o moralmente correto para executar a tal ação, enquanto tu, estaria errado, exatamente pelo mesmo motivo que me eliminou a culpa.
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O Sistema Brasil continuará assim. É triste, mas é fato. A Coisa é muito grande para se poder concertar. No PAN do Rio, o orçamento da orgia tinha um valor de R$ 386 milhões. Foram gastos R$ 5 bilhões. Imaginem o grande "porque" de o Sistema Brasil desejar tanto a tal Olimpíada. O Rio de Janeiro ganhou a disputa de Madri, uma cidade que está pronta para receber os Jogos, mesmo que fossem semana que vem, isso se os atletas não levarem menos de 7 dias para chegar.
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Rio de Janeiro NUNCA FICARÁ PRONTA, e, o problema, não é tempo. O problema é cultural, não vão resolver o problema da violência. No Brasil, e o Rio é a cara do Brasil, a frase que desliga aquele botão da consciência é "não vai dar nada", e convenhamos, não da mesmo, e, "se der, da bem pouquinho".
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Outra coisa muito interessante na consciência é que tu não deves possuí-la. Quantas vezes tu já te fez a pergunta: "Como pode esses ladrões sempre se darem bem!?". A resposta, embora suja, é bem simples, consciência. Aquele filho da puta rouba, mas não vê mal nisso, aquele botão que lhe impermeabiliza a consciência, evitando que a culpa o corroa e tire seu sono, é o mesmo que me fazia ligar para casa as custas da Companhia Telefônica em Santa Cataria. E o "eu estou certo" serve como repelente contra a lei. Se, eu saísse de casa, como fazia quase todas as noites, com meus alicates, fios e o meu aparelho de telefone modificado, com uma partícula qualquer de sentimento de culpa na testa, os policiais teriam me parado no momento em que me vissem. A questão é, até onde vai sua capacidade de, fechar bem os olhos, e apertar o botão da consciência. Jamais faria o que fazem com o botão no Sistema Brasil, meu botão fica em minha mente, enquanto o deles, no rabo.
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Estou arrumando pessoal para formar uma quadrilha, topas? Não seremos pegos, mas, se formos, não vai dar nada, e, se der, da bem pouquinho.
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