sábado, 3 de outubro de 2009

Rio, de Janeiro a 2016

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O Rio de Janeiro é uma das cidades mais perigosas do mundo. Das famosas do mundo, é a mais.
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No Brasil, a política do oba-oba sempre se sobrepôs ao coerente. No Brasil, pode-se fazer quase tudo, e também mais um pouco. Cada um faz, de errado, algo proporcional ao seu "posto social" e seu grau de crueldade. Senadores usam 33,8 milhões no ano, enquanto eu fazia, um "gato" no orelhão de Criciúma para ligar para casa no período em que estive longe da minha terra.
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É interessante como se pode achar mil desculpas que não passam de persuasão íntima sem menor critério teórico, para uma pseudo auto - misericórdia mental. A consciência é tão ridícula, que, eu posso fazer, tu não, pois eu tenho motivos que consigo burlar o moralmente correto para executar a tal ação, enquanto tu, estaria errado, exatamente pelo mesmo motivo que me eliminou a culpa.
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O Sistema Brasil continuará assim. É triste, mas é fato. A Coisa é muito grande para se poder concertar. No PAN do Rio, o orçamento da orgia tinha um valor de R$ 386 milhões. Foram gastos R$ 5 bilhões. Imaginem o grande "porque" de o Sistema Brasil desejar tanto a tal Olimpíada. O Rio de Janeiro ganhou a disputa de Madri, uma cidade que está pronta para receber os Jogos, mesmo que fossem semana que vem, isso se os atletas não levarem menos de 7 dias para chegar.
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Rio de Janeiro NUNCA FICARÁ PRONTA, e, o problema, não é tempo. O problema é cultural, não vão resolver o problema da violência. No Brasil, e o Rio é a cara do Brasil, a frase que desliga aquele botão da consciência é "não vai dar nada", e convenhamos, não da mesmo, e, "se der, da bem pouquinho".
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Outra coisa muito interessante na consciência é que tu não deves possuí-la. Quantas vezes tu já te fez a pergunta: "Como pode esses ladrões sempre se darem bem!?". A resposta, embora suja, é bem simples, consciência. Aquele filho da puta rouba, mas não vê mal nisso, aquele botão que lhe impermeabiliza a consciência, evitando que a culpa o corroa e tire seu sono, é o mesmo que me fazia ligar para casa as custas da Companhia Telefônica em Santa Cataria. E o "eu estou certo" serve como repelente contra a lei. Se, eu saísse de casa, como fazia quase todas as noites, com meus alicates, fios e o meu aparelho de telefone modificado, com uma partícula qualquer de sentimento de culpa na testa, os policiais teriam me parado no momento em que me vissem. A questão é, até onde vai sua capacidade de, fechar bem os olhos, e apertar o botão da consciência. Jamais faria o que fazem com o botão no Sistema Brasil, meu botão fica em minha mente, enquanto o deles, no rabo.
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Estou arrumando pessoal para formar uma quadrilha, topas? Não seremos pegos, mas, se formos, não vai dar nada, e, se der, da bem pouquinho.
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Um comentário:

romacof disse...

Como o último escândalo foi arquivado e o que está no choco ainda não veio a tona, agora vamos viver um momento de euforia pré-olímpica, que também serve para desviar a atenção da massa burra, e justifica o não-trabalho que já não se fazia, enquanto à solapa se maquia com democratismos o pleito próximo, como se nele intenção de honra houvesse!