sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O cérebro do cão

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As coisas iam tão bem, demos o grande passo, com o fogo e todo o bem/mal que tivemos com ele. Descobrimos novos materiais, novas maneiras de resolver os problemas, e, o que fizemos com isso, é algo tão complexo, que a palavra tecnologia fica até mal empregada. E isso era só o início. Nossa ganância pelo poder de conseguir algo, fez esses milhares de anos parecerem segundos evolucionários, pois a cada dia, gozávamos o êxito, que, resultavam em uma procura desenfreada por novas carências a serem supridas. Nosso cérebro, cruel e criativo, viciado nesse orgasmo mental chamado sucesso, não via limites. Quase perfeito. Até surgir a grande questão.
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Não consigo entender como a evolução estaciona, muito antes da metade do caminho que deve traçar. Já que, essa, não foi uma decisão tomada por nós, e sim por Ela. Não fomos nós que começamos a andar eretos, nem desenvolvemos a fala, foi Ela. Então, se ainda há caminhos por percorrer, porque estacionar?
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O cérebro humano possui uma capacidade absurda ainda não explorada. Em pouco tempo, desenvolveu-se rapidamente, e, quando parecia dar outro passo importante, tão ou maior que o primeiro, parou, e questionou: Porque!?
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A fração que não compreendo é o "porque" de questionar. Ora, ainda há necessidade, ainda há adversidade, ainda há carência... a graça do feito alcançado ainda não perdeu seu sal. Mas, o foda não é o questionamento, pior foi a resposta dada, essa sim, matou qualquer chance de seguir adiante e alcançar algo maior. Quando o ser perguntou-se porque!? - fazer o que fazia; porque!? acordar, andar e dormir, até que o grande dia anoiteça - e, deu-se conta, de que ainda não era o momento de obter resposta, entrou em pânico, pois achou que não havia porque!? algum. Então, respondeu, com ar de alívio, sem tocar-se que, na realidade, ali nascia a derrota do ser humano como ser capaz de evoluir grandiosamente. Caiu a razão, a coerência, e ergueu-se a resposta para tudo, para o certo e errado: Deus.
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A justificativa de que o ser pensador chegou após o ser que crê e julga deidade como o caminho é absurda. Minha imagem, semelhança e costelas? Acreditas nisso? Então, me chame o Papai Noel e o Coelhinho (que põe ovos de chocolate), pois exijo os presentes que lhes pedi, e, não ganhei, quando, ainda inocente e sem maldade alguma, remoía sobre questões que não "deveriam" perambular em minha mente pois era pecado. Aliás, (...)quando os acadêmicos, há 150 anos decifraram e traduziram as antigas listas de corpos celestiais, os nossos astrônomos não sabiam ainda da existência de Plutão(...) (localizado em 1930). Acrescento, Sr. Sitchin, que o senhor, tão pouco fazia idéia, em 1977, que Plutão seria rebaixado, e nem planeta mais seria considerado em 2009. Incrível.
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Deus é a pior resposta já dada. Com Deus como resposta, faço o que desejar, ruim ou bom, ou pior, faço nada. Ouvi um pastor, um dia desses, condenando o ateísmo, apontando-o como desumano, maldoso e alheio ao bem comum. Não sou ateu, tampouco acredito Nele, mas, ora! Deus como resposta é o caos ao bem comum. O Ser mais bondoso que conheço, demasiado até, julga-se ateu. Sabemos que as maiores crueldades de nossa história foram executadas em nome de Deus, ou, como a Igreja Católica mesmo diz, a mando Dele.
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A idéia de um Deus como resposta é tão estapafúrdia quanto a inexistência do mesmo. Assim como provar a existência de algo não provável, tão insana quanto, é provar a inexistência do mesmo. Ora, se não existe, prove-me. Aí, acredito ser a grande perda da fundamentação do ateísmo, pois a base do ateísmo, contradiz sua própria teoria. Se, para o ateísmo, é um absurdo provar algo como Deus, sendo que, se existe, deve-se provar sua existência, então, qual a prova que o ateísmo tem sobre a inexistência Dele? Será mesmo que nunca pensaram nisso? Mas, vamos perdoar os ateus, já que sua teoria não é o nosso "pé no freio" evolucionário.
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Olha, nada contra se você acredita em Deus, afinal, a culpa não é sua. Sei, a grande maioria não suporta a idéia de não atribuir o bem e o mal a uma força suprema. Mas, se estás lendo isto até aqui, passaste do primeiro parágrafo, já não fazes parte da maioria.
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O cérebro de um cão, é menor do que de um lobo de mesmo porte físico. Isso deve-se ao comodismo canino, que, vivendo com o homem, por mais que adquirindo novas características, perdera outras, já não mais fundamentais para sua sobrevivência social/selvagem, ainda encontradas no lobo. E, assim como o cão, passamos a viver de maneira mais confortável, tranquila, mas, perdemos algo muito mais importante. O homem social, perde muito com essa falta de apetite intelectual que despertou-se com o deísmo. O ser não vive mais, apenas sobrevive, produzindo mentiras plantadas por entidades ordinárias, a espera do grande anoitecer, na esperança falsa de um pós-vida incerto.
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Costumo, os que me conhecem sabem, repetir "Eu sempre tenho razão" (e, tenho mesmo). Então, quando por vezes, perco-a em determinada questão, mais convicto desta persuasão íntima fico, provando-a não ser uma verdade absoluta, e sim uma regra, justificada através de exceções. Portanto, estou certo sobre essa conjetura evolucionária? A resposta é bem simples: Provavelmente não. Aliás, afirmando-a como verdade absoluta, estaria contra minha própria fundamentação. Há milhares de caminhos que te levam ao mesmo lugar, todos estão certos, mas o mais provável, é que todos estejam equivocados.
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Assim, proponho que acredites em Deus, seja ateu, agnóstico, aceite a verdade que for, preferencialmente, crie teu próprio caminho. Porém, não abandones o hábito de pensar, questionar, sugestionar. Nossa geração não desfruta mais da possibilidade daquele grande passo que estávamos prestes a dar. Mas, quem sabe, com algumas gerações, voltando seus pensamentos para a razão, admitindo seus próprios fracassos e sucessos, sem adotar qualquer mecanismo que o lhe isente de culpa, nem o prive de saborear a vitória, possamos voltar a sonhar, voltar a evoluir.
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Antes de publicar essa opinião, um Ser, companheiro de divagações filosóficas, questionou alguns pontos. Portanto, respondo e publico-as junto, logo abaixo. Este, um Ser muito inteligente, fico apenas, pensando, imaginando, o quão sábio seria um aprendiz seu. Que, evoluiria a partir de um ponto X, eliminando a semi-reta entre esse X, e o Y de onde o mestre começou. Que inveja, apenas imaginando.
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Sobre as questões:
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Pensando numa era, uma geração, dentro de um ciclo evolucionário, essa era/geração seria uma fração de tempo demasiada pequena, para ser considerada como um "estacionar" evolucionário. Sobre essa afirmação, não incorreta, mas, incompleta: O homem, com a resposta deísta como desculpa para suas ações, não surgiu juntamente com as religiões que conhecemos hoje, muito antes, logo após (fração de tempo evolucionária) seu reconhecimento como ser que existe. Desta era, até hoje, é tempo suficiente para analisarmos a relação entre o tempo evoluindo, e o tempo "evoluindo com Deus", e, notarmos uma fração de tempo significativa, isso se, não maior.
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Sobre a relação causa - efeito entre o estacionar evolucionário e deidade, que, desde o ser primitivo é observada, com adorações diversas, e mesmo assim, notou-se evolução proporcional ao tempo. Lembro, que essa proporção entre o tempo que "levamos" para chegar onde "chegamos" só pode ser comparada ao próprio exemplo, não temos outro fato semelhante para julgarmos nossa evolução, nem rápida, nem normal, tampouco lenta. Há tanta incerteza em afirmar que essa relação causa – efeito é exagerada quanto afirmar o contrário. Não sabemos em que ponto estaríamos se! deidade não fosse a resposta para tudo. Estaríamos mais evoluídos ou menos? Sem resposta, fico com minha teoria. Ao menos não coloco bombas em meu corpo e faço-as funcionar numa praça cheia de crianças. Também não amarro mulheres que possuem técnicas indolores para o parto e queimo-as, julgando-as serem bruxas, pois privaram Deus de um castigo imposto por comerem uma maça!
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O propósito dessa humanidade não parecer ser relevante para a evolução em si, vendo que ela se manifesta em todos os seres, independente de suas capacidades intelectuais de questionar. Sobre essa afirmação, respondo com algumas questões: Qual a única espécie infeliz que conhecemos? Qual a única espécie capaz de mentir? Qual a única espécie capaz de assassinar? Qual a única espécie capaz de aniquilar milhares de seres vivos (de mesma espécie ou não) ao mesmo tempo, com propósito diferente da continuação da própria espécie?
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Sobre Sitchin escrever com o que tinha em mão na época, e, eu o culpar. Não o culpo, ao contrário, parabenizo-o, (...)que o senhor, tão pouco fazia idéia, em 1977, que Plutão seria rebaixado, e nem planeta mais seria considerado em 2009. Incrível(...). E, citei-o como exemplo de conhecimento recente, não da Mesopotâmia.
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No entanto, se todas as minhas respostas forem incorretas, assim como a opinião externada no texto (o que provavelmente são), para os interessados, aconselho a REler o último parágrafo do texto, onde procuro explicar minha intenção. Que, passa longe de uma pretensão em afirmar uma verdade como sendo absoluta. E sim, apenas lembrar, que eu sempre tenho razão.
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2 comentários:

Anônimo disse...

É importante quando exercitamos o contraditório. Até mesmo quando pomos em dúvida uma idéia consagrada: A existência de Deus.
Teus escritos nos fazem pensar e refletir ...

Aldinor

Anônimo disse...

odmsdc... já havíamos falados sobre isto mesmo antes de eu ler... porém gostei de relembrar
obs: as muitas letrinhas brancas embaralham meus olhos miopes... hehe... mas gostei!
Ana