segunda-feira, 20 de abril de 2009

Felicidade é o caos. 2

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Só para começar, ou, apenas, complementar, eu sempre tenho razão. Já expliquei logicamente como essa persuasão íntima se mantém em O Cérebro do Cão.
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Ali pelo terceiro semestre, no curso de Arquitetura e Urbanismo, sentamos, nós, crus, ali no corredor, apenas com a 0,9, o bloco de manteiga e uma borracha macia em mãos. A Marga, nossa mentora gráfica, mostrava-nos como fazer o desenho em perspectiva do corredor, sem o auxílio de régua. Estendíamos o braço, com a lapiseira em riste, relacionando-a com os objetos que traçaríamos. Simples, nossa perspectiva é diretamente relacionada ao nosso ponto de vista.
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Costumava ficar puto com uma facilidade absurda. Pessoas que eu nem conhecia passavam na minha frente, e pela sua "lata", seu jeito, já me irritava. Hoje não faço mais isso, essas pessoas continuam sendo ignorantes, más, boas de mais, ou qualquer coisa que não seja espelho, mas a perspectiva do ruim mudou para o meu ponto de vista. Não sei se ajeitei minha cadeira mais a frente, ou mais no fundo desse "corredor" que traço diariamente, mas não sento mais no mesmo lugar. Essa mudança ocorre todos os dias, a cada segundo. O tempo é dinâmico e nossa percepção sobre o fato é tão ou mais que o tempo, sendo, vezes nosso aprendizado proporcional aos fatos que vivemos, como numa progressão aritmética, mas, noutras, numa PG com razão imensurável. São nesses momentos singulares, de razão (de PG) estranha é que os resultados são mais visíveis.
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Como eu já havia dito em Felicidade é o Caos, meu combustível não é estar bem. Deve-se procurar o bem-estar, mas é o concertar de coisas defeituosas que nos faz evoluir. Certos fatos, que me fizeram mudar a posição da cadeira no corredor diário, mudaram meu conceito do que é ruim ou não. Assim, acontecimentos que me muniam negativamente para a criação, não estão funcionando mais. E, já que é para anotar o lado limpo do papel, isso é bom no sentido cardiológico.

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Um comentário:

romacof disse...

Do ponto de vista cardiológico, o lado bom do papel higiênico usado, depois do realinhavo vascular, é que é muito bom ver como o reajustar-se no corredor redimensiona a perspectiva afetiva entre as pessoas que, no largo, valem cada sístole comungada.